O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed Ali, inaugurou ontem a Grande Barragem do Renascimento Etíope (GERD), o maior projeto hidrelétrico já construído na África.
A italiana Webuild começou a trabalhar nele em 2011.
Ela dobrará a geração de eletricidade na Etiópia, o segundo país mais populoso da África, e permitirá a exportação de eletricidade para o Sudão, Djibuti, Tanzânia e Iêmen.
Seu reservatório tem 172 km de comprimento e pode armazenar 74 bilhões de metros cúbicos de água.
A barragem principal tem 170 m de altura e 1.800 m de comprimento, com um volume de 10,7 milhões de metros cúbicos de concreto, o que a Webuild diz ser a maior barragem de gravidade de concreto compactado a rolo já construída na África.
Mais de 25.000 pessoas, a maioria etíopes, trabalharam no projeto, disse a Webuild.
Ao longo dos anos, uma nova cidade cresceu no local, com um hospital, escola e instalações esportivas.
O Egito está cauteloso
A GERD é alimentada pelo Nilo Azul, um afluente do Nilo, do qual o Egito depende para obter água.
Desde 2011, a GERD tem sido uma fonte de séria tensão entre os dois países porque o Egito teme que ela prejudique seu abastecimento de água.
Vários esforços de mediação entre os dois países, incluindo um esforço da Casa Branca durante o primeiro mandato de Donald Trump, não produziram resultados.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, chamou ontem a construção unilateral e o enchimento da GERD pela Etiópia de “ilegais” segundo o direito internacional, observando que a Etiópia avançou “sem um acordo prévio com os países a jusante”.
Ele disse que o Egito reserva todos os direitos, sob o direito internacional, para defender seus interesses hídricos caso sejam prejudicados.
Fonte: Global Construction Review